Projetar com piso tátil exige rigor

Postado em Construção ,     Escrito por Profa. Ma. Elisa Prado    em público June 8, 2020

piso tátil

Provavelmente você já se deparou com a demanda de inserir pisos táteis em seu projeto e ficou com muitas dúvidas.

Para quem não sabe temos uma norma da ABNT só sobre o assunto: ABNT NBR 16537/2016 – Sinalização tátil no piso — Diretrizes para elaboração de projetos e instalação.

Mas mesmo para quem já conhece esta norma e a consulta quando vai fazer um projeto, muitas dúvidas surgem na hora de por em prática seus parâmetros. Especialmente quando falamos de rota tátil direcional.

E sabe porque isso ocorre? Porque não basta ler a norma. Tem que entender a mobilidade de uma pessoa cega ou com deficiência visual para aplicar de forma correta e projetar de forma efetiva.

As pessoas com deficiência visual geralmente fazem um curso de mobilidade para aprender a se deslocar com a bengala longa de forma segura. Conhecer isto é um primeiro ponto que ajuda definir corretamente as rotas.

É super importante entender o regramento da norma para aplicar de forma técnica e precisa, pois a falta de padronização pode gerar insegurança, confusão e risco para quem utiliza essa sinalização para seu deslocamento.

Por exemplo, muitas pessoas acham que se devem sinalizar portas com piso tátil de alerta, por acreditar ser um risco para a pessoa com deficiência ou por que acha que tem que demarcar esse acesso de forma a orientar a sua localização.

Mas na norma não existe esse tipo de marcação para piso tátil. Sinalizar portas desta maneira faz a pessoa ficar confusa, entendendo que ali pode ter um degrau, um desnível ou um obstáculo suspenso. E imagina um corredor de salas com cada porta sinalizada? Quantas paradas ele vai encontrar e ter que interpretar, e descobrir ser um item que não deveria estar sinalizado.

E junto com a compreensão correta da norma vem a compreensão do que é linha guia, de quando é necessário ter rota direcional, quais situações recebem piso tátil de alerta, como avaliar e definir o melhor contraste, como sinalizar mudanças de direção e as vantagens de ter rota tátil direcional para garantir a autonomia da pessoa com deficiência visual.

Como o objetivo da sinalização tátil de piso é orientar o percurso e indicar possíveis riscos, é fundamental que arquitetos, engenheiros e demais projetistas e executores tenham amplo conhecimento sobre a forma correta de se fazer isso, para que o ir e vir deste público aconteça com segurança e autonomia.

Foto: Eliane Revestimentos

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A sinalização tátil de piso tem seu uso cada vez mais consolidado no Brasil e no mundo. Cada vez mais as pessoas com deficiência visual podem contar com este recurso garantindo segurança, autonomia e agilidade em seu deslocamento.

Mas será que a forma como a sinalização está sendo implantada atende às demandas e expectativas das pessoas cegas e com baixa visão ? Será que os profissionais sabem a forma correta de aplicar esta sinalização, em especial em rotas direcionais ?

O curso de Acessibilidade – Pisos Táteis propõe envolver o aluno na mobilidade das pessoas com deficiência visual para que possam ter parâmetros e diretrizes na elaboração de seus projetos de sinalização.

Quanto mais profissionais tiverem o conhecimento necessário para propor projetos efetivos e com qualidade, mais as pessoas com deficiência visual poderão contar com a sinalização tátil na cidade para sua segurança e autonomia.

O curso de Curso de Acessibilidade – Pisos Táteis trata especialmente da ABNT NBR 16537/2016, ABNT NBR 9050/2015 e legislação correlatas.

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sobre o autor
Arq. Elisa Prado
Profa. Ma. Elisa Prado
Arquiteta e urbanista, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduada em Tecnologia de Edificações para Engenheiros e Arquitetos, pela POLI-USP e mestra pela FAU-USP com o tema "Acessibilidade nos bens culturais imóveis”. De 2007 a 2012 trabalhou com a Comissão Permanente de Acessibilidade da Prefeitura de São Paulo (SMPED/CPA) ministrando cursos sobre o tema, avaliando projetos de adequação à acessibilidade e realizando vistorias técnicas. Desde 2017 atua como representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) na CPA. Como especialista em acessibilidade seu objetivo é garantir a plena acessibilidade nos espaços edificados. Principais clientes: EZTEC, Tarjab Incorporador, Bueno Neto Engenharia, Tegra Incorporadora, Porte Engenharia, Adolpho Lindenberg, Atlantica Hotels, GJP Hotels, BRMalls, Cyrela, Rede D´Ór São Luiz, Odebrecht, Hochtief do Brasil. Obras de destaque: Museu da Língua Portuguesa, Aeroporto Internacional de Guarulhos, Arena Pernambuco para a Copa, Edifício comercial da BR Petrobrás, EZ Mark e Ez Tower, Shopping Tijuca, Mooca Plaza Shopping.