Contêineres de navios se transformam em casas mais baratas e inovadoras

Postado em Arquitetura , Postado em Construção ,     Escrito por Prof. Homã Alvico    em público September 25, 2020

 

As casas estão sendo reinventadas pelas mãos de arquitetos e até mesmo dos que se arriscam a estampá-la da própria maneira. É nesse cenário que os contêineres estão deixando a parte traseira de caminhões e o subsolo de navios para assumirem a sua estética como novas moradias. Não é difícil encontrar boas ideias e imagens inspiracionais desses projetos nas redes sociais usadas como “garimpo de decoração”. Rústicas, essas caixas de aço têm conquistado um público jovem e se transformado em tendência.

A origem do contêiner é explicada por Homã Alvico, arquiteto titular do Estúdio HAA! e professor do curso de arquitetura em contêiner:

“Essas caixas são usadas para transporte marítimo e terrestre”, conta ele a Nossa. “Depois de uns 12 anos, ela precisa ser ‘aposentada’ por normas de segurança. Então, fica sem uso, vira lixo e, consequentemente, um problema”.

Homã reforça ainda que os números de descarte deles têm aumentado, isso porque, entre 2000 e 2006, houve um aumento de 400% de transporte de contêineres dos portos.

“É um número gigante dessas caixas que ainda vão se aposentar do seu uso primário”, diz. “Temos que desenvolver algumas formas de reutilizar, e a construção é uma forma interessante para isso”.

Divulgação/Estúdio HAA!

Desse ponto nasce o que é dito como uma de suas maiores vantagens desse modelo: o upcyling; com o intuito de construir casas com matérias-primas sustentáveis, um ciclo de produção que prejudica menos o meio ambiente e exclui a etapa de demolição.

O preço, em comparação às obras clássicas, pode até sair mais barato por questões de planejamento, em que as “surpresas” financeiras são menores. O arquiteto destaca ainda como a mão de obra nesse tipo de projeto, como os pedreiros, têm melhores condições de trabalho nessa esfera.

“Faz parte de uma arquitetura pré-fabricada”, continua Homã. “Até 90% do processo dela é feito assim, aumentando previsibilidades sobre a sua data de conclusão e custo”.

Divulgação/Estúdio HAA!

Outro benefício é a mobilidade, que pode variar dependendo do projeto: “Isso é extremamente interessante e, a partir do momento que o valor da terra subiu muito, criou-se a necessidade de flexibilidade”.

“Não é preciso ficar preso no local, pagando o terreno por anos, pode-se apenas alugá-lo e depositar seu contêiner”.

Sobre possíveis problemas com a ventilação e a temperatura dentro dos contêineres, principal dúvida levantada por quem almeja uma casa-contêiner, o arquiteto reforça o trabalho técnico criterioso para que esses não ocorram.

“Originalmente, é uma caixa de metal a fim de transportar bens de um ponto para o outro, e não moradia. Então, criamos isolamento acústico e térmico com outros materiais e revestimentos tanto para a parte interna como externa”.

Como é ter uma dessas?

Alex é o dono de um desses contêineres. O quarto de hóspedes privado dele na Serra da Mantiqueira, para os que desejam viver essa experiência, faz parte de um anexo da casa maior no mesmo local.

“O diferencial é a rapidez e a versatilidade que eles oferecem”, conta a Nossa. “Tem um quarto de hóspedes com banheiro, que dá acesso também ao deque em cima da casa, para tomar um vinho, sentar, ler um livro e tomar um sol. Um outro refúgio da casa”.

Quem já se aventurou por lá foi o arquiteto João Sette, doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) e professor na mesma instituição.

“O contêiner traz uma sensação de aconchego, por ser bem isolado e silencioso, e ao mesmo tempo que possibilita uma abertura total da parede ao pé da cama, com uma vista impagável para a Serra da Mantiqueira. Ou seja, o contêiner por ser auto estruturado, dá uma sensação de um pequeno e sólido abrigo bem aconchegante”.

Quando questionado sobre como ele enxerga esse contraste da arquitetura clássica com as mais modernas, como essa, Sette pontua:

“Um bom arquiteto é capaz de fazer projetos muito interessantes e chamativos com essa solução, que tem a vantagem de poder ser usada de forma mista com outras técnicas”.

Fonte: Uol Nossa

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sobre o autor
Prof. Homã Alvico
Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Fundador do Estúdio HAA!, PELE – Personalização em Larga Escala, e Co-Fundador da Soul Urbanismo. Vasta experiência em arquitetura pré-fabricada, aplicando de parklets à grandes construções.